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quarta-feira, 15 de abril de 2020

A DESCOBERTA DO ELÉTRON




                                     A DESCOBERTA DO ELÉTRON


            O fato de ser o elétron uma partícula que possui cargas negativas e de ser encontrado na constituição do átomo de qualquer substância,  é amplamente divulgado nos dias atuais, Entretanto , a descoberta do elétron é relativamente recente , tendo resultado dos trabalhos desenvolvidos pelo físico inglês  J.J. Thomson na última década do século XIX, Estes trabalho tivera, origem quando aquele cientista se interessou em pesquisar a natureza e as propriedades de catódicas.

  A DESCOBERTA DOS RAIOS CATÓDICOS

            No século XIX, vários físicos desenvolveram experiências para estuda e a condução de eletricidade através dos gases. Estas experiências eram geralmente realizadas utilizando-se um tudo de vidro, na extremidade do qual eram adaptadas duas placas metálicas. Umas alta voltagem era aplicada a essa placas, sendo denominada cátodo  a placa de potencia mais baixo e  anodo  a placa de potencial mais elevado ( ligado ao pólo positivo). A corrente elétrica que passava através do gás existente no tubo era indicada pelo amperímetro.
                        Procurando estudar a passagem de corrente á medida que o gás no tubo ia sendo rarefeito, o cientista verificou um fato inesperado; mesmo  quando um alto vácuo era alcançado, o amperímetro continuava a indicar a passagem de corrente através do tubo ( apesar de praticamente não existir um meio material entre o catodo e o anodo).

Willian Crookes ( 1832 – 1919)                                                                                                                                   
            Físico e químico inglês, o notável por seus trabalhos com os raios catódicos e pela descoberta do elemento tálio. Tendo herdado uma grande fortuna de seus pais, montou seu próprio laboratório de pesquisas, passando a se dedicar inteiramente á ciência. Em suas pesquisas com raios catódicos  Crookes inventou vários dispositivos para estudar o comportamento desta radiações , mas sua teoria sobre a natureza dos raios mostrou-se incorreta sob vários aspectos. Durante os estudos que o levaram á descoberto do tálio, ele construiu o radiâmetro de Crookes, dispositivo capaz de converter a radiação luminosa em movimento rotatório, que foi utilizado no desenvolvimento de aparelho de mediado de precisão.
            Para estudar este fenômenos, Sir W. Crookes construiu, em 1875, um tubo curvo. Fazendo o vácuo no tubo e aplicando uma diferença de potencial entre o catodo e o anodo, Crookes  observou  que a região do tubo oposta ao catodo, apresentava uma luminescência esverdeada. Ele suspeitou que esta luminescência fosse causada oir algum tipo de radiação que era emitida pelo catodo e, deslocando-se em linha reta, atingia o vidro do tubo um R. Essas radiações, cuja natureza  Crooke não conseguiu determinar , foram denominadas  raios catódicos ( em virtude de serem emitidas pelo catodo).

PROPRIEDADES DOS RAIOS CATÓDICOS


            Para comprovar que os raios catódicos realmente se propagam em linha reta. Crookes realizou uma experiência que se tornou muito conhecida. Colocando em obstáculo com a forma de uma cruz em frente ao catodo, ele verificou que uma sombra desse obstáculo se projetava na parede de vidro no meio da região luminescente. Como este comportamento é muito semelhante ao das radiações luminosas quando formam a sombra de um objeto, vários cientistas passara a suspeitar que os raios catódicos fossem em tipo de onda invisível, porém da mesma natureza que que a luz.
            Entretendo, outras experiências realizadas  também por Crookes mostraram que os raios catódicos são desviados por um campo magnéticos . De fato, ao aproximar um imã de um tudo, ele verificou que a sombra ( e luminescência ) se deslocava sobre a parede de vidro . Como  as ondas luminosas não são desviadas por um campo magnéticos , este resultado fez com que alguns cientistas levantassem a  hipótese de que os raios catódicos poderiam ser constituídos de partículas eletrizadas ( estas, como já se sabia naquela época , são desviadas pela ação de um campo magnéticos ). Observando o sentido do desvio dos raios catódicos , o cientistas concluíram que tais partículas eram eletrizadas negativamente.

AS EXPERIENCIAS  DE J.J. THOMSON


            Durante cerca de 25 anos, nada de  novo surgiu que permitisse decidir definitivamente entre as duas hipóteses: os raios catódicos seriam um tipo de onda semelhante á luz ou um feixe de partículas eletrizadas negativamente?
            Somente em 1897 as experiências realizadas por J.J Thomson esclareceram que os raios catódicos eram realmente constituídos partículas que possuíam carga negativa. A principal evidência a favor desta conclusão foi o fato de  Thomson  ter conseguido verificou que os raios catódicos eram também desviados pela ação de um campo elétrico. Estas partículas foram mais tarde, denominadas elétrons.
            Uma vez conhecida a natureza dos raios catódicos, Thomson procurou determinar algumas propriedades das partículas que constituem estes raios, isto é , algumas propriedades dos  elétrons. Seria importante medir, por exemplo, o valor da carga q e da massa m destas partículas. Não foi possível, entretanto, obter experimentalmente os valores destas grandezas. O que Thomson conseguiu foi medir a razão entre a carga e a massa, isto é, o quociente q/m  para  elétron.
            O que foi usado por Thomson para efetuar esta medida. Não vamos  nos preocupar em descrever a experiência que ele realizou, porque atualmente existem montagem que nos permitem chegar ao mesmo resultado com procedimentos muito mais simples. Analisaremos a seguir um destes métodos mais modernos, que pode ser reproduzido até mesmo em laboratórios de ensino de Física.
           
UMA EXPERIENCIA SIMPLES QUE PERMITE OBTER A RAZÃO CARGA /MASSA DO ELÉTRON

            O esquema de uma montagem que nos permite medir facilmente a razão  q/m para um feixe de elétrons emitidos por um filamento aquecido. Os elétrons, emitidos pelo filamento em virtude do efeito termiônico, são acelerado em direção a uma placa por uma voltagem  aplicada entre esta placa e o filamento. Os elétrons passam, então, através de um orifício da placa e penetram  em uma região onde existe um campo magnético uniforme  β. Sob a ação deste campo , o feixe de elétrons descreve uma semicircunferência . 
            O raio R de este movimento circular pode ser facilmente determinado na experiência, porque os elétrons, ao atingirem a placa, provocam uma luminescência no ponto de impacto. Este conjunto é envolvido por um involucro de vidro, constituindo uma válvula, que é colocada entre suas bobinas criando o campo magnético.
            O raio R da trajetória circula que uma partícula eletrizada descreve em um campo magnético é, como sabemos, dado por

           
                                   R = mv/Bq                            donde                        q/m = v/BR




            Então , para determinar a razão q/m  do elétron, devemos conhecer os valores de  v, B e R. O valor de R é medido diretamente ao aparelho e o valor de B pode ser calculado se conhecemos a corrente que passa nas bolinhas. Para determinar  v, basta lembrar que o trabalho realizado sobre o elétron , entre o filamento e a placa , é igual a qV. Graças a este trabalho, o, elétron adquire uma energia cinética dada por (1/2) mv2. Assim

                           1/2 mv2 = qV                        donde                        


Substituindo este valor de v na expressão de q/m, obtemos:

                                                           q/m = 2V / B2R2

            Como o valor de V pode ser obtido facilmente com o voltímetro, esta expressão nos permite determinar a razão q/m para o elétron. Em uma experiência realizada com este dispositivo, foram obtidos os seguintes valores:
           
                                                          
                                               V= 320           B=1,2 x 10-3 T           R= 5,0 cm

                                   Substituindo estes valores na expressão de q/m , obtém-se

                                                                       q/m = 1,76 x 1011  C/kg

            O ELÉTRON ESTA PRESENTE DO ÁTOMO DE QUALQUER SUBSTANCIA

                        Em suas experiência, Thomson encontrou resultados muito próximo deste que é obtido com montagem mas modernas. Repetindo a experiência com catodos feitos de diferentes materiais, ele obteve sempre o mesmo valor para o quociente q/m, concluindo, então, que todos os materiais emitem a mesma espécie de partículas, Em outras palavras, Thomson chegou á conclusão de que todas as substancias possuem elétrons em sua constituição. Tendo percebido que a massa de um elétron é muito pequena ( apesar de não ter conseguido obter o valor), ele lançou a hipótese de que o átomo não seria indivisível, como se pensava até então. De acordo com sua hipótese , o átomo deveria ser constituído de partículas ainda menores , sendo o elétron uma desta partículas.
            Alguns anos mais tarde, R. Millikan conseguiu determinas experimentalmente a carga do elétron em suas famosa experiências com gotas de óleo. De posse deste valor (q = 1,6 x 10-19 C) e usando o resultado obtido por Thomson ( q/m = 1,76 x 1011 C/kg), foi possível e Millikam calcular o valor da massa do elétron. Sendo
                                   
                                                   
 q/m = 1,76 x 1011 C/kg                      e                                 q= 1,6x10-19 C


ele  obteve



                                  m= 1,6 x 10-19 C/ 1,76 x 1011 C/Kg                               




                                       donde            m= 0,91 x 10-19 Kg




            Ficaram assim determinadas tanto a carga quanto a massa do elétron, uma as partículas fundamentais de constituição da matéria.
            As experiências de J.J.Thomson, que o levaram a descobrir que os raios catódicos são constituídos de partículas negativas – os elétrons – e lhe permitiram medir a razão q/m destas partículas, foram de extrema importância para o desenvolvimento da Física Moderna, Por este motivo, ele recebeu o Prémio Nobel de Física em 1906.





Fonte: Luiz, Antônio Máximo Ribeiro da, Beatriz Alvarenga Álvares, Física  vol 3- São Paulo;Scpione,2006



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