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domingo, 28 de julho de 2013

CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO



Se for nula a resultante das forças externas que atuam em um sistema de partículas, a quantidade de movimento total deste sistema se conserva.
            Observando os objetos que nos rodeiam, é fácil verificar que aqueles que se encontram em movimento acabam sempre, depois de um certo tempo, perdendo velocidade e chegando ao repouso. Os filósofos do século XVII preocupavam-se com estas observações, pois elas pareciam indicar que o “ movimento total” do Universo estava diminuindo ou , em outras palavras, que  “ Universo estaria morrendo” . Para eles, esta idéia era inaceitável, pois sendo o Universo uma obra de Deus, ele deveria ser eterno. Várias cientistas e filósofos da época passaram, então, a acreditar na possibilidade da existência de uma grandeza, relacionada com o movimento, que deveria se manter constante enquanto os corpos interagiam uns com os outros, mesmo que alguns, eventualmente, acabassem por parar.
            A tentativa de encontrar qual seria esta grandeza que permaneceria constante, foi inicialmente levantada a hipótese de que, talvez, o vetor velocidade v satisfizesse esta condição. Embora, em alguns casos, o vetor velocidade total de corpos que interagem realmente permaneça constante, é fácil encontrar exemplos em que isto não acontece. Por exemplo: na colisão completamente inelástica de dois corpos de massas diferentes, que se movimentam inicialmente com velocidades de módulos iguais e de sentidos contrários.
                        Antes da colisão:  v1 + v2 = 0
                        Depois da colisão: V1 + V2 ≠ 0           
            Logo, a velocidade vetorial total não se conservou durante esta colisão e podemos concluir que esta não é a grandeza que permaneceria constante nas interações dos corpos. O grande filósofo e cientista francês, René Descartes, interessando-se pelo problema, sugeriu que a grandeza procurada deveria ser obtida multiplicando-se a massa  m  do corpo pelo módula  v  da sua velocidade. Ele acreditava que esta grandeza permaneceria constante nas interações entre os corpos, denominando-a “ quantidade de movimento “ do corpo. Portanto, segundo Descartes, a quantidade de movimento seria uma grandeza escalar, q, dada por q=mv.
            Apesar da reconhecida genialidade de Descartes, sua proposta não estava correta, tendo sido durante criticada pelo grande matemático alemão Leibnitz. Este, com exemplos simples, apresentou vários tipos de colisões nas quais a grandeza escalar q=mv  não se conservava, ao contrário do que supunha Descartes.
            A maneira adequada de medir a “ quantidade de movimento” através de uma grandeza cujo total se conservasse nas interações dos corpos só veio a ser encontrada, alguns anos mais tarde , por Isaac Newton. Este grande físico definiu a “ quantidade de movimento “ da maneira que foi feito, isto é  q  seria uma grandeza  vetorial  dada pela relação   q=mv.  Realmente, o valor total desta grandeza se conserva em qualquer tipo de colisão e nas interações entre corpos de um sistema isolado. Em outras palavras, a quantidade de movimento total do Universo (da maneira definida por Newton) permanece constante no decorrer do tempo. Estava, portanto , resolvido o problema que tanto preocupou os filósofos do séc. XVII.

Fonte: Luiz,Antônio Máximo Ribeiro da,Beatriz Alvarenga Álvares, Física 1 vol 1- São Paulo;Scpione,2006

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