Se for nula a
resultante das forças externas que atuam em um sistema de partículas, a
quantidade de movimento total deste sistema se conserva.
Observando os objetos que nos rodeiam, é fácil verificar
que aqueles que se encontram em movimento acabam sempre, depois de um certo
tempo, perdendo velocidade e chegando ao repouso. Os filósofos do século XVII
preocupavam-se com estas observações, pois elas pareciam indicar que o “
movimento total” do Universo estava diminuindo ou , em outras palavras,
que “ Universo estaria morrendo” . Para eles,
esta idéia era inaceitável, pois sendo o Universo uma obra de Deus, ele deveria
ser eterno. Várias cientistas e filósofos da época passaram, então, a acreditar
na possibilidade da existência de uma grandeza, relacionada com o movimento,
que deveria se manter constante enquanto os corpos interagiam uns com os
outros, mesmo que alguns, eventualmente, acabassem por parar.
A tentativa de encontrar qual seria esta grandeza que
permaneceria constante, foi inicialmente levantada a hipótese de que, talvez, o
vetor velocidade v satisfizesse esta
condição. Embora, em alguns casos, o vetor velocidade total de corpos que
interagem realmente permaneça constante, é fácil encontrar exemplos em que isto
não acontece. Por exemplo: na colisão completamente inelástica de dois corpos
de massas diferentes, que se movimentam inicialmente com velocidades de módulos
iguais e de sentidos contrários.
Antes da colisão: v1
+ v2 = 0
Depois da colisão: V1 + V2
≠ 0
Logo, a velocidade vetorial total não se conservou
durante esta colisão e podemos concluir que esta não é a grandeza que permaneceria
constante nas interações dos corpos. O grande filósofo e cientista francês,
René Descartes, interessando-se pelo problema, sugeriu que a grandeza procurada
deveria ser obtida multiplicando-se a massa m do corpo pelo módula v da sua velocidade. Ele acreditava que esta grandeza
permaneceria constante nas interações entre os corpos, denominando-a “
quantidade de movimento “ do corpo. Portanto, segundo Descartes, a quantidade
de movimento seria uma grandeza escalar, q,
dada por q=mv.
Apesar da reconhecida genialidade de
Descartes, sua proposta não estava correta, tendo sido durante criticada pelo
grande matemático alemão Leibnitz. Este, com exemplos simples, apresentou
vários tipos de colisões nas quais a grandeza escalar q=mv não se conservava, ao
contrário do que supunha Descartes.
A maneira
adequada de medir a “ quantidade de movimento” através de uma grandeza cujo
total se conservasse nas interações dos corpos só veio a ser encontrada, alguns
anos mais tarde , por Isaac Newton. Este grande físico definiu a “ quantidade
de movimento “ da maneira que foi feito, isto é q seria uma grandeza vetorial dada pela relação q=mv. Realmente, o valor total desta grandeza se
conserva em qualquer tipo de colisão e nas interações entre corpos de um
sistema isolado. Em outras palavras, a quantidade de movimento total do
Universo (da maneira definida por Newton) permanece constante no decorrer do
tempo. Estava, portanto , resolvido o problema que tanto preocupou os filósofos
do séc. XVII.
Fonte: Luiz,Antônio Máximo Ribeiro
da,Beatriz Alvarenga Álvares, Física 1 vol 1- São Paulo;Scpione,2006
Nenhum comentário:
Postar um comentário